O louvor é uma das colunas de sustentação de qualquer igreja, não importando a denominação. A palavra "sustentar" é empregada no sentido de salvar vidas e as manter na igreja. Atos 2:47 nos comprova isso: "Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar".
O louvor é constituído por diversas pessoas, em diversos grupos que interagem entre si. São 3 os grupos envolvidos com o louvor da igreja:
a)Grupo de Músicos (ou Instrumentistas): responsáveis por tanger os instrumentos.
b)Grupo de Louvor (ou Coral): são os cantores. Usam suas vozes para louvar ao Senhor.
c)Grupo de Som: são os responsáveis por operar os equipamentos de som da igreja. Ajustam os volumes e equalizam os instrumentos e os microfones, para que o resultado final seja suficiente para todos ouvirem e agradável, harmonioso.
Note que as várias denominações tem nomes diferentes para tais grupos/equipes, mas o sentido é o mesmo. Da mesma forma, a maioria das igrejas tem um responsável para cada equipe e um responsável geral para a parte de louvor (chamado de maestro, diriginte, ministro, etc).
Esses 3 grupos devem trabalham em conjunto e harmonia. Um depende do outro. Não há som se não houver quem toque e cante. Da mesma forma, só música (sem ninguém cantando) pode ficar até belo, mas não transmite mensagem nenhuma. E cantar sem instrumentos pode até ficar bom, mas logo é cansativo e ninguém agüenta muito tempo assim.
Os grupos são dependentes entre si. Não há grupo mais importante que o outro. O trabalho é em conjunto. Tanto é em conjunto que, quanto mais as pessoas de um grupo conhecem o trabalho do outro, melhor ficará o desempenho do louvor como um todo. E até é normal encontrarmos uma pessoa que faça parte simultaneamente de dois, ou até dos 3 grupos. Um instrumentista que também conhece canto é muito melhor que um que só conhece seu instrumento. Quem conhece canto sabe também o tom do hino em relação às vozes. Da mesma forma, um cantor que conheça de instrumento pode também sugerir arranjos, detalhes.
Quanto ao operador de som, ele pode ser uma pessoa que entende apenas dos seus equipamentos, e com isso ele conseguirá fazer um serviço bem razoável. Mas se o operador também conhecer vozes e instrumentos, será um operador muito melhor. Um bom operador sabe que A canta lindo, mas tem pouco volume de voz. Então receberá um microfone com mais sensibilidade, mais volume. De outro lado, B é desafinado, e canta fortíssimo, então o volume do seu microfone será bem baixo (às vezes, zero mesmo). Também saberá que C está com o violão desafinado, e abaixará o volume deste. E que D ainda é um músico aprendiz, precisa estar com volume baixo, que E faz a base do louvor, e precisa ter mais volume que os outros, etc.
O trabalho do técnico de som é "colocar ordem" na casa, ajustando os volumes, fazendo com que todo o conjunto soe harmonioso. O operador precisa se preocupar em atender às necessidades dos músicos e cantores, mas também atender ao público. Um dos trabalhos dos operadores é ensinar ao outros como utilizar os equipamentos da melhor forma (por exemplo, como segurar o microfone) e até mesmo dizer o que é possível ou não é possível de ser feito.
Tudo isso só se aprende com treino, muito treino. E onde treinamos? Nos ensaios. É nos ensaios que conhecemos as vozes, as facilidades e deficiências de cada um, como também as características dos instrumentos e da forma particular de cada músico tocar. Quanto mais ensaios, mais treinado o ouvido do operador ficará. É nos ensaios que técnicas novas são ensinadas e problemas que aconteceram serão corrigidos. Todo esse esforço resultará em melhores resultados no louvor na igreja como um todo.
A Bíblia diz em Atos 4:32 o seguinte: "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns".
"Todas as coisas lhes eram comuns..." É exatamente isso que todo o pessoal envolvido em louvor precisa entender. O trabalho de um influencia diretamente no resultado do trabalho do outro. Se todos trabalharem bem, o trabalho individual de cada um será melhor e até mesmo mais fácil de ser feito. Mas mesmo com inúmeros ensaios, com avisos e alertas dados pelos responsáveis pelas equipes ou mesmo pelo ministério da igreja, às vezes encontramos uma relação conflituosa entre as pessoas envolvidas com o louvor.
O primeiro fator que gera conflito entre as partes envolvidas no louvor é o nível de conhecimento técnico da pessoa. Basicamente, é o fato do músico tocar bem seu instrumento, do cantor saber cantar bem e do técnico de áudio saber operar bem seus equipamentos. Por incrível que pareça, nas igrejas existem muitos músicos, cantores e operadores sem o mínimo de conhecimento técnico necessário para a função.
Quem nunca viu um instrumentista que toca um violão completamente desafinado e ele mesmo é o último a notar isso? E cantores que desafinam mas acham que cantam muito bem, os outros é que estão errados! E operadores de som que sentem-se "mais perdidos que cego em tiroteio" diante dos inúmeros botões dos equipamentos? Essas situações são comuns, mas não deveriam ser.
É absurdo ver músicos que tocam já a alguns anos mas que ainda não conhecem seus próprios instrumentos. Tecladistas que ficam perguntando "onde é que liga o pedal?", "onde é que liga o cabo que sai o som?". Também tem o caso do baixista ou guitarrista que o tempo todo fica pedindo "Põe mais grave". "Tira agudo", "Aumenta o volume". E a maioria dos baixos e guitarras tem volume e controle de tom, só que os próprios usuários não sabem disso! Já fiz som com bons músicos que, após uma regulagem inicial, usavam insistentemente esses recursos do próprio instrumento, e não havia a menor necessidade de se mexer nos seus canais na mesa de som durante todo o evento. Isso é trabalho em equipe.
Um operador de som precisa ter noções mínimas sobre seus equipamentos. Quando dou aulas sobre sonorização, uma das perguntas mais comuns de pessoas que já cuidam de som nas suas igrejas é sobre como equalizar corretamente - Agudo , Médio e Grave. Uma das funções mais primordiais e também das mais desconhecidas... Também costumo perguntar quem já leu os manuais dos seus equipamentos. Menos de 10% levantam a mão. Uma pena.
Publicado em: Sonorização Ao Vivo para Igrejas, páginas 6 a 10.
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