Palestras e eventos corporativos pedem som limpo e inteligível.
Cultos geralmente têm música ao vivo + palavra, então exigem estrutura de show + controle vocal.
Shows precisam de potência, resposta em graves e monitoramento forte no palco.
Quanto mais complexo, mais canais e profissionais você vai precisar.
Até 100 pessoas: dá pra trabalhar com sistema mais compacto.
De 300 a 1000: já entra subwoofer, line array ou torres maiores.
Mais de 1000 pessoas: exige projeto sério de cobertura e som distribuído.
Ah, não esquece do monitoramento de palco: nem todo evento precisa de side fill ou fone in-ear, mas se a banda for exigente, prepare-se. e profissionais você vai precisar.
Eventos ao ar livre (praças, estacionamentos, quadras) exigem:
Potência maior.
Planejamento de delay.
Cobertura contra vento e chuva (tenda técnica, case selado).
Tem muito eco? Vai precisar de EQ fino.
É abafado? Pode comprometer os agudos.
Vai gravar ou transmitir? O tratamento acústico influencia muito.
Transporte da equipe e dos equipamentos.
Carga e descarga (com ou sem rampa? elevador? escada?).
Hospedagem e alimentação.
Restrições de horário em centros urbanos (rodízio, zona de carga, etc).
Tudo isso precisa entrar no orçamento, mesmo que como “taxa operacional”.
Quantos microfones?
Qual a formação da banda? (tem teclado estéreo? bateria microfonada?)
Vai ter playback ou instrumentos com DI?
Vai precisar de talkback ou retorno via fone?
Vai transmitir ao vivo ou gravar multitrack?
Cada resposta adiciona itens: canais, DI box, mixer com mais entradas, retorno estéreo, etc.
Evento começa às 7h da manhã? Vai varar a madrugada?
Essas situações impactam:
Jornada dos técnicos.
Custo de mão de obra.
Disponibilidade do local para passagem de som.
No mínimo:
1 técnico de PA.
1 técnico de palco ou monitor.
1 operador de transmissão (se for o caso).
1 roadie pra montar e desmontar (pode ser o mesmo operador, dependendo do porte).
8. Cenário do mercado no Sudeste
Nas capitais, como SP e RJ, o padrão técnico é mais alto e os clientes mais exigentes — mas a concorrência também aperta os preços. Já no interior, o custo logístico pesa mais, mas pode haver menos infraestrutura local, o que exige trazer tudo de fora.
9. Extras que impactam o valor
Não caia na armadilha de orçar só o “som básico”. Pergunte se o cliente vai precisar de:
Gravação (estéreo ou multitrack?).
Streaming (com ou sem delay?).
Tradução simultânea / Libras.
Sistema de redundância (backup de mesa ou PA).
Integração com vídeo, telões ou iluminação.
Evite dor de cabeça:
Orce com contrato (prazo, multa, garantia, etc.).
Estime seguro de equipamentos, se for evento grande ou ao ar livre.
Use técnico com NR10/NR18 se o evento exigir.
Tenha nota fiscal, mesmo que seja MEI.
Orçar som não é só "quanto custa a caixa". É entender o evento, o lugar, a expectativa do cliente e os riscos. Um orçamento bem feito evita prejuízo, garante entrega profissional e valoriza seu serviço.
Se você atua com eventos no Sudeste, seja como técnico, produtor ou ministério de louvor, vale a pena montar uma planilha padrão com essas variáveis — e ir ajustando conforme a realidade de cada evento.
Referências
AUDIO ENGINEERING SOCIETY BRASIL. AES Brasil – Capítulo Brasileiro da Audio Engineering Society. Disponível em: https://www.aesbrasil.org. Acesso em: 27 abril 2025.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PROMOTORES DE EVENTOS – ABRAPE. Site oficial da ABRAPE. Disponível em: https://www.abrape.com.br. Acesso em: 27 abril 2025.
REVISTA BACKSTAGE. Revista especializada em áudio profissional, iluminação e produção técnica de eventos. Disponível em: http://www.revistabackstage.com.br. Acesso em: 27 abril 2025.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade; Norma Regulamentadora NR-18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho. Acesso em: 30 abril 2025.
HAMADA, Sérgio. Sonorização ao vivo. São Paulo: Editora Érica, 2006. ISBN 9788536502531.